“A faculdade prepara para a vida”. Essa premissa é muito ouvida, seja por jovens que pretendem começar o aprendizado em uma profissão ou por pessoas que preferem iniciar os estudos um pouco mais tarde.
O período de graduação é muito importante, pois habilita o estudante a exercer uma carreira. E, em algum ponto, ele precisará desenvolver suas habilidades práticas, ou seja, colocar a mão na massa. E é aí que surge a dúvida: freela ou estágio? Para conhecer as especificidades de cada uma dessas opções, continue lendo!
Freela ou estágio?
Nos programas de estágio, os salários costumam ser mais baixos do que os de profissionais experimentados, assim como a carga horária, mas é nesse momento que a pessoa consegue ter uma percepção da profissão que exercerá no futuro.
Por outro lado, há a possibilidade de começar a fazer alguns jobs de maneira autônoma, ou seja, iniciar mais cedo uma carreira de freelancer. Ambos possuem vantagens e desvantagens.
A seguir, vamos mostrar vários pontos e os prós e contras de cada um deles. Fique de olho!
Quais são os prós e contras?
Aprendizado
A primeira coisa que você precisa saber é que, seja qual for o modelo escolhido, tirará lições valiosas durante o tempo de execução.
Em um estágio você terá o benefício do erro, além de ser supervisionado por um profissional já experimentado. O relacionamento com pessoas que já atravessaram as etapas pelas quais você passa atualmente trará uma visão diferenciada sobre a sua carreira.
A responsabilidade de um estagiário é reduzida, já que fica a cargo do superior avaliar e coordenar as ações. Ele será o seu primeiro chefe, mas a cobrança não é exatamente igual à de um profissional formado, apesar de existirem diversas obrigações e tarefas.
Como freelancer, você aprenderá por si mesmo. É claro que cursos online, blogs de ensino e outros materiais ricos podem auxiliar muito, mas você terá que aplicar a prática com um comprometimento profissional, já que o cliente fará exigências que, muitas vezes, excedem o seu grau de conhecimento.
Por outro lado, é uma ótima preparação para o mercado. Afinal, um freelancer é praticamente um empreendedor. Você terá que lidar com prazos, planejamento, dialogar diretamente com o cliente e administrar a própria produtividade e contabilidade.
É claro que ambos trazem ganhos e perdas na questão de aprendizado. Em geral, se você pretende seguir uma carreira como funcionário, é interessante fazer um estágio. Mas se pretende abrir seu próprio negócio, não tenha medo. Opte pela carreira freelancer e comece a construir a sua reputação no mercado imediatamente.
Apesar disso, não tenha pressa. Você poderá mudar de ideia. A faculdade é um período de decisões, então você está livre para fazer testes antes de decidir qual modelo seguir.
Salário
As questões financeiras também são importantes para decidir qual caminho trilhar. Afinal, todos têm contas a pagar, não é mesmo?
Um estudo realizado pela Companhia de Estágios em 2017 mostra que 59% dos estagiários recebe uma bolsa-auxílio maior do que o salário-mínimo, que atualmente apresenta o valor de R$954,00. Os 41% restantes recebem exatamente o valor fixado.
O mesmo estudo revela que 29% ganham até R$ 1.200,00, 18% até R$ 1.500,00 e 12% possuem salários maiores que o citado por último. Ou seja, as previsões são otimistas.
Em algumas grandes empresas, os valores são ainda mais altos. Programas de estágio no Google, Santander, Bradesco, Monsanto e Johnson & Johnson, por exemplo, circundam a quantia de R$ 2.000,00, como mostra este estudo da ViaCarreira.
Já a remuneração de freelancer é variável. Como administrador da própria organização, você terá que encontrar clientes e gerir o tempo para prestar seus serviços. É uma espécie de microgerenciamento, já que geralmente freelas possuem um tempo de contrato menor. Apesar disso, há também modelos de longa duração.
Apesar disso, tudo depende da sua própria produtividade. É possível equilibrar as demandas escolares e os jobs: tudo depende da sistematização.
Segundo a pesquisa Mercado Freelancer 2017, realizada por meio da parceria entre a Rock Content, WeDoLogos e 99Jobs, 32,92% dos freelancers recebem entre R$100,00 e R$ 500,00, reflexo de um mercado que não exerce a função como atividade primária, mas como complemento financeiro.
Por outro lado, 26,27% ganham entre R$1.000,00 e R$5.000. Esse é um modelo ainda em crescimento no Brasil, mas apresenta vantagens significativas, principalmente para a geração Millenials (jovens nascidos entre 1980 e 1996), que corresponde a 79,3% dos profissionais.
O estudo ainda mostra que 22,92% têm rendimentos entre R$ 501,00 e R$1.000,00, 14,81% menos de R$ 100,00 e apenas 3,18% ganham mais de R$ 5.000,00.
Concorrência
A demanda por vagas de estágio cresce a cada ano. Segundo Tiago Mavichian, diretor da já citada recrutadora, em 2017 houve um crescimento de 12% na busca por vagas de estágio. Entre 2015 e 2016, foram mais de 200 mil candidatos em todo o país.
Isso resultou em uma proporção de 66 candidatos por vaga, que é um fator delimitante para quem quer fazer um estágio. Com tanta concorrência, muitos estudantes acabam optando pela oportunidade de ser freelancer.
A mesma pesquisa citada no tópico anterior mostra que 50,67% dos freelancers brasileiros optaram pelo modelo porque não encontraram oportunidades de emprego na área. Esses números impressionam, mas não chegam a surpreender em meio à crise.
Os fatores delimitantes para realizar freelas não são tão impactados, já que podem ser realizados, muitas vezes, sem burocracias e de maneira remota. Existem, inclusive, diversos sites para empresas e prestadores de serviços freelancer, onde clientes e profissionais podem se conectar com apenas um clique.
A internet é o principal meio para isso, porque elimina possíveis barreiras geográficas. Não há problema algum em um residente do Rio Grande do Sul prestar um serviço para uma companhia de Alagoas, por exemplo, e até mesmo para fora do país.
Por isso, há diversas oportunidades em diferentes nichos de mercado, o que é um diferencial para a aquisição de profissionais autônomos em solo brasileiro.
Tempo
Há alguns anos, a Lei do Estágio teve algumas mudanças. A carga horária máxima é de 30 horas semanais, o que representa um número de 6 horas por dia. Já o tempo de duração, que antes era de 6 meses, passou a ser maior: 2 anos, no máximo.
Já freelancers não possuem essa limitação. Como profissionais autônomos, não há divisão de horário, nem mínimo e nem máximo. Não à toa, 27,29% dos freelas brasileiros não possuem uma rotina de trabalho definida.
Apesar disso, 36,62% deles trabalham entre 5 e 8 horas diárias, 32,87% entre 2 e 8 horas e 9,99% entre 1 e 2 horas. Além deles há 19,01% que afirmam exercer suas funções por mais de 8 horas todos os dias.
Isso pode fazer parte do perfil da geração da qual a maioria dos freelancers faz parte. Os Millenials possuem valores mais importantes, como o tempo e a liberdade. No modelo freelancing, é possível organizar os próprios horários, sem se prender a uma rotina diária estabelecida pelo contratante.
Não à toa, no mercado norte-americano, por exemplo, estipula-se que 50% da força de trabalho será freelancer em 2020. Certamente, um grande passo para o mercado de oferta e demanda de serviços específicos.
Qualidade de vida
Como dito, o perfil dos jovens na Era Digital é diferente de outras gerações anteriores. O crescimento do mercado freelancer em nível mundial confirma essa afirmação.
Embora o principal motivo para adentrar nesse modelo no Brasil ainda seja a geração de renda extra (59,31%), outras razões são apontadas pelos freelas. Para 42,58%, a principal vantagem é a flexibilidade. Outros 34,20% prezam pela liberdade. E 17,26% estão cansados de trabalhar como empregados, assim como 16,13% querem ter controle sobre a própria carreira.
Freelancers podem trabalhar quando e onde querem. Geralmente, realizam suas tarefas na própria residência, em escritórios de coworking ou são nômades digitais. Essa versatilidade representa uma qualidade de vida diferenciada para diversos profissionais.
Por outro lado, é preciso uma organização extrema, compromisso e administração do tempo. Como profissionais autônomos, freelas não recebem benefícios ou têm direito a férias, por exemplo.
Enquanto isso, uma rotina estagiária apresenta reclamações semelhantes às de um funcionário formal, como solicitações extra função, carga horária excessiva, abuso de poder, entre outros. Uma rápida busca no Reclame Aqui! revela diversos problemas relatados.
Apesar disso, outros benefícios como o networking e a possibilidade de contratação são alguns dos motivos apontados para investir nesse modelo de contrato.
Freelancer ou estágio: qual escolher? Não existe uma resposta certa para isso. Cada pessoa possui um perfil de trabalho no qual se encaixa melhor. Porém, com a leitura desse texto, esperamos que você tenha uma visão mais aprofundada sobre as opções e possa tomar uma decisão acertada.
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Este artigo é um guest post da Comunidade Rock Content.