Burnout. O que significa? Quais são as causas? Como evitar? Como se recuperar?
Recentemente li um artigo que chamava os Millennials de “The Burnout Generation” e fiquei muito intrigada. Por um lado me identifiquei e me aliviei ao saber que não estou sozinha. Por outro lado, essa é uma das generalizações mais tristes que já li sobre nós.
Como esse é um problema mais comum do que eu imaginava e inspirada pela minha própria experiência recente, resolvi escrever uma série de artigos sobre este tema. Espero que você leitor possa evitar passar por isso, ou que possamos nos ajudar na recuperação.
Mas o que é burnout?
Nesta primeira postagem vamos entender o que é esse esgotamento crônico e por que é tão perigoso. A definição formal de burnout é um colapso físico ou mental causado por excesso de trabalho ou estresse.
Apesar dessa síndrome ser comum em profissões onde as consequências são extremas como Controladores de Vôo, Médicos e Bombeiros, cada vez mais profissionais com atribuições executivas têm sofrido desse mal. Tanto o nível de preocupação e responsabilidades quanto a própria quantidade de trabalho podem levar a essa exaustão crônica e atualmente com times cada vez mais enxutos e expectativas de produtividade e resultados cada vez mais altas, é compreensível o aumento nos casos de burnout.
Estar sempre disponível e sempre de maneira amigável é humanamente impossível e equilibrar essa pressão a uma vida pessoal plena é um grande desafio em comum que profissionais de todos os mercados enfrentam hoje em dia.
Como diagnosticar este esgotamento?
Há grande dificuldade no diagnóstico dessa síndrome pois cada paciente pode apresentar sintomas diversos que vão dos psicológicos análogos à depressão aos físicos como tonturas, dores, e baixa imunidade causando, por exemplo, gripes e resfriados frequentes.
Para muitas pessoas nenhuma quantidade de descanso é suficiente para aplacar uma exaustão que parece infinita. Para outras pessoas o corpo está bem, mas a cabeça está explodindo em desilusão, qualquer conversa vira um conflito, há dificuldade em se concentrar e em resolver problemas simples… Enfermidades mentais sofrem ainda mais pelo estigma de “loucura” e por terem sua importância constantemente minimizadas. Entretanto, não trata-se de “folga”, “mimimi” ou algo que o valha.
Alguns dos sintomas do burnout mais comuns são:
-sentir que todo dia no trabalho é um dia ruim e/ou sentir-se sobrecarregado por suas responsabilidades;
-não sentir alegria ou interesse pelo trabalho, ou sentir-se deprimido pela vida profissional;
-sentir-se exausto na maior parte do tempo;
-comportamentos escapistas ou retomada de hábitos ruins (exemplo, compulsões alimentares, bebidas, cigarro…);
-menos paciência com os outros do que o seu normal e “estourar” frequentemente;
-aversão a confrontos e conflitos ou o oposto: tudo parece ser uma ofensa pessoal;
-sentimento de estar sempre falhando;
-falta de atenção e dificuldade de concentração;
-problemas de pele como acne induzida pelo estresse;
-dores de cabeça e enxaqueca frequentes, ou tonturas e enjoos frequentes sem aparente causa física;
-gripes e resfriados frequentes e baixa imunidade em geral;
-dores no peito;
-foco incondicional do trabalho e atribuição de autoestima exclusivamente à vida profissional;
-falta de cuidados pessoais em geral (pode ser relacionado a higiene, sono, saúde…);
-negação sobre seu estado e sobre avisos dos colegas e conhecidos sobre saúde e sobre comportamentos não característicos a sua personalidade… entre outros.
Nosso corpo físico é composto por muitos sistemas completamente interligados e interdependentes, então um problema em um aspecto nos desequilibra afeta toda a nossa saúde. A resposta natural do nosso corpo ao estresse e a situações que percebemos como física ou psicologicamente perigosas é uma descarga hormonal que nos tornaria aptos a enfrentar ou fugir do perigo (fight or flight response), implicando em várias alterações físicas, incluindo aceleração cardíaca.
Sendo assim, é natural que a exposição prolongada a gatilhos de estresse seja prejudicial à nossa saúde no longo prazo. Como qualquer doença, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar consequências mais graves.
Cada corpo é um corpo, e cada mente é uma mente. Por isso, não se assuste se apresentar apenas um desses sintomas. Entretanto caso comece a apresentar mais de um dentre estes listados, preste atenção e procure desacelerar. É importante refletirmos sobre como podemos mudar alguns hábitos para poder melhorar a nossa qualidade de vida.
Se você perceber alguém nessa situação, não julgue seu “surto”, mas ofereça ajuda para que a pessoa possa ser diagnosticada e possa se cuidar.
Você tem mais informações sobre como identificar uma pessoa com burnout? Compartilhe aqui, quero saber mais! Com essa troca podemos nos ajudar muito!