O último Censo do IBGE, de 2010, aponta que o Brasil tem mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. De lá para cá, esse número já deve estar um pouco maior. Mas só quem tem ou conhece alguma pessoa com deficiência sabe a importância de ter uma comunicação acessível.
Pensando nisso, o Vivendo de Freela traz uma discussão que já faz parte da estratégia das maiores empresas do planeta, e que pode ser um grande diferencial para sua carreira de freelancer.
Neste artigo, eu falo sobre acessibilidade na comunicação e como o profissional freelancer pode utilizá-la para posicionar-se melhor no mercado. Curioso para saber mais? Então, vamos lá!
Por que os freelancers devem aprender sobre comunicação acessível?
No passado, as pessoas com deficiência faziam parte de um grupo “esquecido” pelas empresas, por não serem considerados cidadãos ativos e potenciais consumidores. Mas, atualmente, a realidade é outra.
A partir da lei de cotas, instituída em 1991, elas ganharam novas oportunidades de se desenvolver profissional e intelectualmente, ainda que de forma muito lenta.
Quase 30 anos depois, podemos dizer que essas pessoas estão saindo da invisibilidade, frequentando escolas e universidades, sendo produtivas e até mesmo se tornando grandes empreendedoras.
Essa transformação passa pela acessibilidade, que, na prática, significa derrubar as barreiras físicas e de comunicação com este público.
E, como mostramos no início, não se trata de uma população pequena, então, muitas dessas pessoas são clientes das organizações para as quais você presta serviço, ou podem vir a ser seus clientes diretos.
Por isso, é necessário produzir um conteúdo que seja compreendido por todos. E também porque colaborar com a diversidade e a inclusão é sempre um bom negócio!
Como se comunicar de maneira mais acessível para alcançar as pessoas com deficiência?
Reconhecê-las como potenciais consumidores é o primeiro passo para se aproximar delas.
A próxima etapa é buscar as ferramentas apropriadas para conectar-se com esse público.
Vamos ver, então, quais são as “barreiras” mais comuns que essas pessoas enfrentam na comunicação com as empresas e como eliminá-las.
Site sem suporte de LIBRAS
Sem dúvida, a população surda é uma das mais afetadas pela falta de acessibilidade na comunicação.
Estima-se que somente 2 % dos websites que estão no ar sejam realmente acessíveis para os surdos — que representam mais de 9 milhões de brasileiros, segundo informações da Handtalk, ferramenta que faz a tradução de textos dos sites para Libras.
Trata-se de um plug-in instalado diretamente no site. Com ele, basta clicar no texto que desejar ler e o personagem Hugo faz a interpretação do conteúdo para a linguagem brasileira de sinais.
Imagens sem o texto alternativo
O recurso do texto alternativo já está disponível na maioria das plataformas digitais, como Facebook, Instagram e WordPress, mas poucos conhecem a sua utilidade.
Nesse campo, deve ser inserida uma descrição detalhada da imagem do seu post, assim o usuário cego ou com baixa visão conseguirá “visualizar” o que está sendo mostrado, fazendo a leitura com um software leitor de tela que ele já deve usar normalmente.
Texto difícil de ler
Priorizar a linguagem direta é uma lição básica que todo redator conhece, mas vale ressaltar, porque ela se aplica totalmente ao conteúdo acessível.
Isso porque, ao redigir de forma simples e direta, você facilita a leitura de quem tem uma deficiência intelectual, como, por exemplo, a dislexia.
Outra regrinha de ouro que também cabe aqui: evite erros de ortografia, gramática e pontuação. Assim, o seu cliente fica feliz, e o leitor, mais ainda!
Cores e contrastes do conteúdo
Esta dica vai para quem é designer. Na hora de escolher as cores do seu novo projeto visual, é importante pensar em quem tem daltonismo, distúrbio que impede que a pessoa reconheça ou diferencie algumas cores.
Na dúvida, é melhor optar sempre por cores neutras e evitar muitos contrastes, principalmente no texto. Por exemplo, não use uma fonte totalmente preta sobre um fundo branco.
Adote legendas em TODOS os seus vídeos
O destaque na palavra “todos” não é por acaso. Atualmente, o vídeo é o formato de conteúdo mais consumido na internet, portanto, você e seu cliente devem fazer bom uso dele.
Porém, se ele não for totalmente acessível, pelo menos uma boa parte do seu esforço será em vão.
Imagine um surdo vendo um vídeo sem legendas ou interpretação em libras. Ele vai desistir não só do seu conteúdo, mas também do seu produto.
Lembre-se que a comunicação acessível e eficaz é aquela que não possui nenhuma barreira entre o interlocutor e o receptor, e esse pode ser o detalhe que faltava para você conquistar mais clientes!
Agora que você já sabe como se comunicar de maneira mais acessível, faça a diferença e apoie essa causa! Ah, e espalhe este artigo por aí, porque tem muita gente que precisa saber!