Qual o significado que o trabalho tem em sua vida? Você já ouviu falar em Workism? A maioria das pessoas nem pensa nisso, mas tem gente que trabalha tanto que acaba transformando o seu trabalho em algo que é muito mais do que um meio para ganhar a vida.
Aquela ideia de que você é o que você faz é levada ao pé da letra e aí a atividade profissional acaba se tornando a coisa mais importante do mundo.
Antes, havia o workaholic, aquela pessoa que passa muito tempo trabalhando. Agora, é um pouquinho mais do que isso; é quando você faz da sua atividade profissional a sua identidade. Esse problema está se tornando tão comum que até já existe até um novo nome para ele: Workism.
Já conhecia esse termo? No texto a seguir, eu explico o que é o Workism e por que o envolvimento exagerado com o trabalho pode ser uma grande cilada.
O que é o Workism?
“Workism (trabalhismo em português) é a crença de que o trabalho é necessário não apenas do ponto de vista econômico, mas é também o centro da identidade e do propósito de vida de cada um.
Além disso, prega que qualquer ação realizada para promover o bem-estar humano deve sempre encorajar que as pessoas trabalhem mais”.
Essa definição é uma tradução livre do que consta no artigo Workism is Making Americans Miserable, de Derek Thompson, jornalista do site The Atlantic.
Derek explica que o Workism é mais favorecido pela cultura americana, calcada no ideal do “sonho americano”, no qual quanto mais você trabalha, mais importante você é.
Aliás, os Estados Unidos são um dos países que têm mais horas de trabalho no mundo. Thompson informa que “entre 1950 e 2012, as horas de trabalho anuais diminuíram cerca de 40% em países como Alemanha e Holanda, enquanto que, nos Estados Unidos, essa diminuição foi de apenas 10%”.
Embora a realidade do mercado seja muito diferente no Brasil, essa nova maneira de encarar o trabalho também tem ganhado bastante força por aqui nos últimos anos.
Alguns dos fatores recentes que contribuem para isso são:
- A automação de diversas funções;
- O alto índice de desemprego e o crescimento da informalidade;
- A precarização das leis trabalhistas (terceirização e outras);
- O agravamento da crise econômica causada pela pandemia;
- A prática indiscriminada do home office.
Dito isso, imagine o seguinte cenário: se hoje em dia a maioria das pessoas trabalha em casa, com mais tempo e flexibilidade de horários para realizar suas tarefas, não há mais aquela divisão de espaço e tempo entre o trabalho e a vida pessoal, de modo que tudo se torna uma coisa só.
Percebeu que o que era para ser um benefício, se você não tiver disciplina, pode muito bem acabar se tornando uma armadilha? É comprovado que, em casa, as pessoas acabam trabalhando mais do que num escritório, onde o profissional tem hora certa para entrar e para sair.
No fim das contas, toda essa situação de crise e a “liberdade” para trabalhar acaba levando as pessoas a trabalharem mais do que antes apenas para poder pagar as contas no fim do mês. E, assim, o tempo que deveria ser dedicado ao descanso e ao lazer também é ocupado pelas tarefas profissionais ou domésticas, que agora estão no mesmo ambiente.
Esse círculo vicioso pode ocasionar diversos problemas de saúde, como estresse, dores crônicas, lesões por esforços repetitivos e até o famoso Burnout, que é a depressão causada pelo excesso de trabalho.
Aliás, se você quiser saber mais sobre o Workism, indicamos o podcast do @theculturalcast sobre o tema:
Como escapar do Workism?
Não há nada de errado em gostar muito do que você faz e buscar constantemente sua realização profissional, muito pelo contrário. Afinal, é assim que conseguimos alcançar nossos objetivos e evoluir pessoalmente também.
O que não pode é fazer do trabalho o centro da sua vida, a ponto de ser a sua única fonte de prazer e realizações.
Antes de ser um profissional, você é um ser humano e tem necessidades que vão além do trabalho. Mas, como eu disse antes, as novas formas de atuação exigem que a gente tenha muita disciplina para separar os objetivos pessoais e profissionais.
O primeiro passo para isso é parar de achar que quanto mais ocupado você estiver, melhor, ou de se culpar por trabalhar menos e reservar um tempo maior para estar com sua família. Entenda que você não é o seu trabalho — ele é apenas uma parte da sua vida — e comece a priorizar o seu bem-estar. Combinado?
E aí, será que você se identifica com o Workism ou conhece alguém que esteja vivendo uma situação parecida? Compartilhe este artigo com seus amigos e ajude-os a sair dessa!
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