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Série Burnout: paranoia da caixa de e-mails vazia

caixa de e-mails vazia

Burnout. O que significa? Quais são as causas? Como evitar? Como se recuperar?

Recentemente li um artigo que chamava os Millennials de The Burnout Generation e fiquei muito intrigada. Por um lado me identifiquei e me aliviei ao saber que não estou sozinha. Por outro lado, essa é uma das generalizações mais tristes que já li sobre nós. Como esse é um problema mais comum do que eu imaginava e inspirada pela minha própria experiência recente, resolvi escrever uma série de artigos sobre este tema. Espero que você leitor possa evitar passar por isso, ou que possamos nos ajudar na recuperação.

Leia o primeiro artigo dessa série aqui!

No meio de fevereiro tirei férias meio atropeladamente após ter outras férias vencidas e após passar muito mal e surtar de esgotamento. Havia ultrapassado meu limite fazia muito tempo, precisava cuidar de mim.

Fui colocar meu aviso de ausência temporária no e-mail e percebi algumas coisas sobre como a comunicação é um constante fator de estresse na atualidade e como é prevalecente a expectativa de respostas imediatas a qualquer momento.

Primeiramente refleti sobre a quantidade de coisas que eu faço. “Para assuntos A, fale com fulano, para assuntos B fale com ciclano, para assuntos C…”. Fiquei pensando em todos os cenários, se as pessoas teriam dúvidas para quem direcionar, se eu estava realmente dando a melhor indicação e se tinha como agrupar os assuntos da maneira mais geral possível para não ficar com dez caminhos diferentes para meus remetentes.

Tentei colocar grupos de pessoas para aumentar a chance de resposta e para não sufocar uma única pessoa com tantas mensagens recebidas no primeiro momento. Ainda saí preocupada com as outras 3 caixas de e-mail que eu cuido, pensando se ficariam desamparadas… Que besteira, quantas de mim eu acho que existem apenas para ler esses benditos e-mails? Quantas dessas funções eu fui acumulando por não falar “não” e quantas eu assumi provisoriamente e nunca mais foram redistribuídas?

A segunda percepção foi que o aviso anterior estava com a data de um feriado. Que tipo de workaholic avisa que não estará trabalhando durante um feriado?? E o pior é que eu me lembro de ainda assim ter olhado as minhas mensagens pelo celular ao longo dessa data, tenho certeza que armazenei os e-mails sem ação nas minhas pastas e ainda respondi alguns…

Tudo isso escondido dos outros no meio do feriado, tudo isso imaginando que a volta seria mais leve ao chegar no escritório e não ter e-mails acumulados. Imaginei a paz que seria ter minha caixa de entrada organizada e em dia – mas claro que chegaram os dias úteis novamente e novos incêndios apareceram para apagar. Desperdicei um pedacinho de um dia de descanso com trabalho e estresse por uma calma futura meramente utópica. E só percebo agora que não fez a menor diferença: não sou médica, bombeira, policial, psicóloga ou heroína; nenhuma urgência era assim tão emergencial, nenhuma demanda era questão de vida ou morte para quem me enviou.

Era apenas vida ou morte para mim, que deixava de viver um pouco, morrendo de medo de deixar a peteca cair.

(Como deu para perceber com essa série de artigos, não adiantou nada, caiu a casa toda, isso sim!)

No dia seguinte, desliguei as notificações do aplicativo do Outlook no meu celular. Também silenciei grupos corporativos de WhatsApp. Fiz disso algo solene, quase como um ritual representando eu mesma me desconectando da loucura toda durante as férias. Espero com isso abrir espaço para me reconectar comigo mesma.

E você? O que faz para se distanciar das preocupações do quotidiano e se reequilibrar? Como protege a sua energia? Como lida com a pressão de estar 24h disponível e ter de responder em múltiplos meios de comunicação?

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