Oi, eu sou a Carol! Trabalho com revisão de textos desde 2008 e desde 2015 sou freelancer full-time. Já atuei em diversos ramos da revisão, como a área acadêmica, a editorial e a de comunicação. Trabalho também em menor escala como redatora publicitária e de conteúdo online. Desde 2011 escrevo sobre revisão de texto no site Revisão para quê?.
Estou aqui para falar um pouco sobre como me tornei freela e o que acho importante você fazer caso queira seguir o mesmo caminho. Partiu? 😊
Como comecei a trabalhar como revisora freelancer
Quando comecei, ainda não havia tantos ótimos blogs como este onde pudesse obter informações sobre como é viver de freela. O que aprendi nos primeiros passos foi graças a colegas de trabalho generosos que me indicaram alguns caminhos a seguir.
Por isso, acho bastante complicado começar como freelancer em uma carreira na qual você não tem referências, colegas, networking. Isso porque no início a sua credibilidade vem principalmente das indicações que recebe.
Depois de mais ou menos quatro anos como freelancer part-time, no segundo semestre de 2014 meu negócio começou a deslanchar, então vi que conseguiria pagar os boletos sem precisar do salário que ganhava como revisora publicitária. Em 2015 me tornei freelancer full-time.
Isso foi essencial na minha carreira, pois me permitiu, entre outras coisas, estudar inglês fora do Brasil e poder estar em qualquer lugar que quisesse sem me preocupar em ter ou não um emprego. (Valeu, internet, sua linda!)
Mas agora chega de falar de mim. Você deve estar curioso para saber que dicas eu tenho para quem quer seguir a carreira de revisor de texto freelancer, não é? Pois vamos lá!
O que eu acho que você precisa fazer para se tornar um revisor freelancer
1. Adquirir alguma experiência na área
Começar do absoluto zero em qualquer carreira freelancer é muito difícil. Isso porque você não tem contatos, não tem conhecimento de mercado, ou seja, não tem uma base de onde começar. Porém…
2. Fazer um curso na área
Fazer um curso de revisão de textos pode abrir algumas portas no início. Você vai conhecer pessoas, descobrir como funciona o mercado, as melhores práticas etc. Mas tome o cuidado de escolher um curso que aborde esses temas e não seja só sobre macetes gramaticais. Gramática você aprende lendo e consultando; não tem muito segredo.
3. Buscar referências de pessoas que têm algum sucesso na área
Nós aprendemos muito quando nos abrimos para ver o que outros profissionais estão fazendo e como eles lidam com problemas que nós também temos no dia a dia. Isso não quer dizer que você deve copiar cada passo dessa pessoa, mas tentar aprender com o que ela divide. Esse profissional não precisa ser necessariamente brasileiro.
O que pode ser um diferencial/ajuda para você
1. Ter curso superior em Letras ou Comunicação
Embora a graduação não seja essencial para a carreira de revisão, muitas vagas a exigem porque os recrutadores na verdade não sabem como avaliar um bom revisor (o que só outro revisor experiente é capaz de fazer). Então ela acaba se tornando, sim, um diferencial e às vezes até um requisito.
2. Ter conhecimento específico de alguma área
Se você não vem da área de Letras ou Comunicação, o que pode destacá-lo da concorrência é ter conhecimentos específicos de determinada área e de como ela se comunica – além, é claro, das habilidades linguísticas.
3. Ter uma boa base gramatical de ensino médio (sério!)
Muitos cursos de Letras sequer se aprofundam em gramática normativa. Embora você não vá usá-la o tempo todo em seu trabalho como revisor, conhecê-la é fundamental para poder transgredi-la. Então, prepare-se para usar a boa e velha análise sintática no dia a dia.
Por onde começar
Se você já é revisor e só quer dar um passo à frente em direção à carreira solo, então tudo se torna um pouco mais fácil, porque o trabalho em si você já sabe como executar.
A questão é que, quando trabalha sozinho, todos os papéis que seriam de diferentes pessoas em uma empresa passam a ser seus: marketing, comercial, financeiro, atendimento e por aí vai. Isso quer dizer que você terá de aprender a se virar com todos os aspectos da vida empresarial, ainda que em um nível bem básico.
No livro Manual de Sobrevivência do Revisor Iniciante, selecionei algumas perguntas que você deve se fazer antes de começar qualquer empreendimento. Acho que vale a pena citá-las aqui:
Empreendedorismo — Como começar uma empresa? O que é um plano de negócios? Preciso fazer pesquisa de mercado? Como estabelecer o que quero e preciso ganhar por mês? De que tipo de infraestrutura precisarei para começar?
Marketing — Qual será meu público? Qual é a melhor forma de me tornar conhecido nesse meio? Quanto preciso investir? Como aprender a vender serviços? Que vantagens estou oferecendo a meus potenciais clientes? Que canais vou usar para me comunicar com meu público?
Planejamento e gerenciamento financeiro — Estou preparado para as “baixas temporadas”? Sei quanto ganho e quanto gasto? Precisarei pagar um fornecedor ou parceiro? Precisarei investir num computador novo e em livros? Quanto preciso ganhar para tirar férias?
Gerenciamento de projetos — Estou preparado para assumir as demandas que surgirem? Tenho em mente parceiros que me ajudarão quando for preciso? Sei estabelecer prazos? Como conciliar vida pessoal e profissional trabalhando em casa? Tenho modelos de contrato e orçamentos‑padrão?
Aprendizado — O que sei fazer? Quais são minhas habilidades? Se um projeto do tipo X aparecer, terei o conhecimento e as ferramentas para trabalhar nele? O que preciso aprender para fazer um trabalho mais especializado? Quantos cursos posso fazer neste ano e quanto posso investir nisso? Há meios alternativos de aprendizado?
Seu plano de negócio pode começar respondendo a essas perguntas. Só aí você já terá boa ideia do que será necessário para começar a pensar em ser um revisor freelancer.
Ferramentas básicas para começar a trabalhar de casa
• Computador desktop ou notebook – periféricos são plus, quando você usa notebook: monitor (pelo menos 24″ – são muitas horas de leitura por dia!), mouse e teclado externos (a ergonomia agradece).
• Bom fone de ouvido – com cancelamento de ruído é plus.
• Cadeira e mesa confortáveis.
• Obras de referência: pelo menos uma gramática, dicionário comum (encontram-se boas versões online), dicionários/manuais de dúvidas frequentes de consulta rápida, dicionários de regência verbal e nominal.
• Conexão de internet estável e rápida – ter uma conexão extra para emergências é plus e pode ser o 4G do seu celular.
• Softwares: versão do Office atualizada, leitor/editor de PDFs, mensageiros instantâneos para comunicação com os clientes – Skype, Slack, Google Hangouts etc.
Como comunicar os seus serviços
Outros pontos a considerar para promover o seu negócio:
• Escolher o nicho de mercado em que deseja atuar e estudar sobre ele.
• Voltar a sua comunicação para esse nicho.
• Ter um canal de comunicação e uma forma de ser descoberto na internet (isso mesmo, você precisa ter um site).
• Fugir do que todo mundo faz nessa área para se promover (tirar dúvidas bobas de português, dar lições gramaticais básicas etc.).
• Educar seu público para que ele se converta nos clientes que você gostaria de ter.
• Buscar grupos online em que profissionais da área se reúnam para debater ou tirar dúvidas uns com os outros.
Onde encontrar trabalho como revisor freelancer
Além de ter um site para divulgar seus serviços, entre em contato com empresas para as quais gostaria de trabalhar, acompanhe sites como o Workana (é onde vejo atualmente a maior oferta de freelas para revisão) e esteja ligado nos grupos de revisores, pois é comum colegas que, estando sobrecarregados, indicam outros revisores. Também divulgo no Twitter oportunidades que vejo pela internet (@Revisaoparaque).
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Bom, não quero me alongar mais neste artigo que já está muito longo. Espero que essas dicas sejam úteis para você e que elas o instiguem a buscar ainda mais conhecimento nesta carreira tão legal que é a revisão de textos.
Até a próxima! 😊
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