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A Geração Y nasceu para ser freelancer?

geração y

Não é muito legal ficar nos colocando em caixinhas e dando rótulos para nosso comportamento, mas às vezes não dá para fugir. Aconteceu essa semana comigo: estava lendo um texto da Sara Horowitz, fundadora do Freelancers Union, no qual ela diz que a Geração Y é a primeira geração de freelancers nativos. Foi quando me dei conta de que as pessoas da minha faixa etária realmente nasceram para esse tipo de carreira.

Para reforçar, vemos o número de pessoas trabalhando como freela aumentar cada vez mais. Segundo o site Prolancer, em 2015 o crescimento de profissionais cadastrados na plataforma foi de 33%. Será que é efeito da crise? Sim e não. O momento econômico sem dúvida tem um papel importante, mas essa migração de pessoas para o mercado de trabalhadores independentes deve também muito ao comportamento da geração que nasceu nos anos 80 e 90.


Peraí!

Antes de continuar lendo esse post, é preciso conhecer um pouco mais sobre os perfis de cada geração. Se ainda não assistiu ao vídeo abaixo, ele pode ser de grande ajuda!

Vida de freelancer e Geração Y: o que há em comum?

Mas, afinal de contas, por que a Geração Y tem tanto a ver com a carreira de freelancer? Listei algumas das principais características atribuídas às pessoas com essa faixa etária para explicar.

Trabalhar com significado

Os jovens da Geração Y precisam trabalhar em funções e empresas que façam sentido para eles. Por serem altamente conectados a ideologias, eles buscam mais que cargos e salários na hora de escolher um emprego, querem significado – embora a gente tenha que concordar que esse tal de significado pode ser bem questionável em alguns casos…

Se um trabalho deixa de fazer sentido para eles, não hesitam por buscar outro. Um estudo da Deloitte estima que as pessoas da Geração Y terão em média 7 empregos durante a vida profissional, quase o dobro do que a anterior, a Geração X.

E o que ser freelancer tem a ver com esse comportamento? Flexibilidade de rotina, poder escolher atividades de acordo com os serviços que presta, ter liberdade para recusar clientes com os quais não se identifica, desafio de garantir clientes e ganhos todos o meses… Precisa mais?

Tem mais sim! É muito fácil atribuir sentido à sua carreira quando você é o principal responsável por ela, sem colocar expectativas em empregadores e chefes sobre salário, promoção, atividades que irá realizar e desafios que irá abraçar.

Recompensa e feedback imediato

Ao mesmo tempo em que queremos um trabalho com significado, somos muito carentes por feedback e por recompensa pelo nosso trabalho, fruto da nossa insegurança e ansiedade. Em muitas organizações, entretanto, essas práticas ainda não fazem parte da cultura, especialmente para níveis mais operacionais.

Na carreira como freelancer, o feedback acontece a todo o momento, uma vez que o profissional está em contato direto com o seu cliente. O reconhecimento começa já no aceite da proposta e continua durante todo o relacionamento de negócio. Ao mesmo tempo, o feedback vem a cada aprovação ou pedido de alteração no job. Não há como não saber se o seu trabalho agradou ou não. Qualquer coisa, é só perguntar!

Conexão pela tecnologia

A Geração Y cresceu junto com o desenvolvimento da internet. Aprendemos a usar diferentes ferramentas de comunicação, gestão, aprendizado e divulgação à medida em que foram criadas. Daí surge uma das nossas grandes inquietações com o modelo de trabalho tradicional: por que eu não posso trabalhar de casa, de outra cidade ou nos horários em que produzo mais?

O trabalho remoto (seja no home office ou não) tem a cara da nossa geração, que pensa com base no ferramental tecnológico que utiliza. Qual a necessidade de estar em um escritório se tenho todos os equipamentos necessários em casa? Por que as reuniões presenciais precisam ser consideradas mais produtivas que as via Skype? Realmente preciso estar no mesmo lugar que meu chefe para que ele avalie um trabalho salvo na nuvem?

Além da rotina de trabalho, a tecnologia está bastante relacionada à forma de aprendizado da Geração Y, que se informa e estuda sobre os mais variados temas na internet. Comportamento essencial para um freelancer, que precisa estar atento e atualizado sobre as tendências e novidades da área em que atua.

Múltiplos interesses, múltiplas atividades

Há quem diga que somos desfocados, mas a verdade é que temos múltiplos interesses e gostamos de nos dedicar à múltiplas atividades. Os membros da Geração Y são engenheiros e cozinheiros, professores e dançarinos, publicitários e programadores, jornalistas e artesãos, entre tantas outras combinações, que podem não fazer o menor sentido (nem precisam fazer).

Se não conseguimos escolher uma única paixão para nos dedicarmos durante a vida, não faz sentido dividirmos nossa carga horária entre elas? No modelo organizacional tradicional, entretanto, não conseguimos. Assim, acabamos priorizando aquela que nos paga melhor, não é verdade? A outra (ou outras) ficam para o tempo que sobrar.

Sendo freelancer você pode escolher se dedicar a todas atividades que quiser. Claro que precisará se preocupar com seus ganhos e em ser um especialista em todas as áreas de atuação, mas não terá que conviver com a angústia de estar deixando algo de lado. A Geração Y não quer se sentir fragmentada como indivíduo – e não precisa ser 🙂

Flexibilidade entre vida pessoal e profissional

Nós gostamos muito de trabalhar e dedicamos longas horas à nossa atividade profissional sem problemas, mas somos também a geração que está colocando limites entre vida profissional e pessoal. O motivo pode estar na relação com a geração dos nossos pais, já que para a competitiva Geração X ser workaholic era o caminho para a ascensão – e certamente não queremos seguir o mesmo caminho.

Queremos ter tempo para dedicar aos filhos, para plantar uma horta, para passear com o cachorro, para beber com os amigos e para fazer yoga. Por isso, queremos um trabalho que aceite essas outras atividades, sem fazer com que a gente se sinta culpado por ter vida própria. Tem muita empresa que já evoluiu nesse sentido, outras mascaram vida pessoal oferecendo como benefícios vantagens associadas ao que você faria no seu tempo livre: comer, jogar sinuca, jogar videogame…

Como freelancer, tenho experimentado até um estranhamento sobre como a rotina pode ser flexível. Confesso que demorou um tempo para eu aceitar que não preciso continuar trabalhando em horário comercial e que posso ir na academia às 16h. Mas, de verdade… Não tem coisa melhor para a nossa geração do que essa liberdade!

Sem medo de arriscar

Essa talvez seja a relação que mais contribui para a inclinação da Geração Y à vida de freelancer: não temos medo de arriscar, de jogar tudo para o alto e de recomeçar em um novo modelo de carreira. Não é por acaso que estamos crescendo na proporção dos profissionais que trabalham de forma independente: na pesquisa realizada pela Freelancers Union, 38% dos freelancers eram dessa geração e 82% deles declararam estar otimistas em relação ao futuro como freela.

Ao mesmo tempo, em comparação com a geração dos nossos pais, temos menos compromissos na nossa juventude: casamos mais tarde, ficamos mais tempo morando com os pais e os filhos chegam já na maturidade. Isso nos dá menos medo de errar. Se a carreira como freelancer não der certo, basta voltar a procurar emprego como CLT.

Como vai ser o modelo de trabalho criado por nós?

A gente é jovem, mas também não é mais tanto assim. A Geração Z já está entrando no mercado de trabalho, enquanto a nossa está começando a ocupar cargos de gestão e abrir as próprias empresas. Também é claro que não são todos os membros da Geração Y que vão trabalhar como freelancer, nem existiria espaço no mercado atualmente. Não é por isso que as características dessa carreira não possam ser adaptadas para os modelos organizacionais das empresas pelas quais estamos nos tornando responsáveis. Faz sentido?

Mas como vamos revolucionar os modelos organizacionais que existem hoje? Se voltarmos um pouco na história, vemos que os trabalhadores da Revolução Industrial foram os responsáveis pelo surgimento de muitas das evoluções no ambiente profissional, desde a luta por direitos trabalhistas até os serviços que surgiram em decorrência de uma nova massa urbana. Hoje vivemos a Revolução da Internet, que talvez seja um marco ainda mais importante do que foi a Industrial para a sociedade. Qual marca vamos deixar no mercado de trabalho com ela?

O poder está nas nossas mãos para mudar as estruturas deixadas por nossos pais, que foram parte de uma geração competitiva, para quem hierarquia e meritocracia eram tão importantes. Não podemos desconsiderar o papel que o comportamento deles teve para o desenvolvimento econômico. Mas o mundo não mudou nesses últimos 30 anos?


E você, como acha que a Geração Y vai mudar os modelos organizacionais quanto à relação das pessoas com o seu trabalho? Comente aqui no post!


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